Mulheres voltam a estudar e encontram novo sentido para vida

Mulheres voltam a estudar e encontram novo sentido para vida

27 de Março -  “Elas se abrem para o mundo do conhecimento.” Esta frase é da professora Rosa Oliveira sobre suas alunas do E.J.A. (Educação de Jovens e Adultos) que estudam na Secretaria da Mulher de Barueri (Vila Porto). O local que oferece diversas atividades gratuitas, também abriga o programa que visa formar essas mulheres que não tiveram acesso ou não completaram os estudos do Ensino Fundamental.

Em uma sala de aula sempre lotada, a atividade na quinta-feira (dia 22) explorou o tema “Meu Mundo Ainda Tem Futuro” e contemplou o objetivo de número 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU - Educação de Qualidade -,   em que as alunas em cartolinas escreveram em poucas palavras o que a vida é para elas depois que começaram a estudar.

 

Nas mãos estão escritas suas histórias

A vida simples e com poucos recursos fez Cícera Maria Santos, 58 anos, parar de frequentar a sala de aula. “Com 9 anos trabalhei na cana de açúcar no interior no Pernambuco, tenho calo nas mãos até hoje. Com 16 anos, eu casei e viemos para São Paulo. Depois do falecimento do meu marido, fiquei muito abalada e resolvi cuidar de mim. A minha nora me incentivou e fiz a matrícula.  Eu era muito tímida, nunca achei que teria condições de voltar a estudar, nunca pensei que minha mente pudesse se abrir. Hoje sonho ocupar uma sala de aula como professora”, emocionada, declarou a dona de casa.

 

“Vovó, já já você tá lendo”

A vida de dona Zenilde Piazzi de 64 anos, antes de começar a frequentar as aulas do EJA, entre outras atividades aplicadas na Secretaria da Mulher, estava sendo tomada por uma depressão. “Minha filha, preocupada, disse para eu procurar uma atividade aqui no Espaço Mulher. Fiz bordado e a professora desse curso me incentivou a estudar. Por causa daqui as minhas lágrimas pararam de cair e a escola virou uma família. Meu sonho era aprender a ler Bíblia e já consigo um pouco. Meu neto de 9 anos fala pra mim ‘vovó, já já você tá lendo’ e ouvir isso dele é um grande incentivo”, relata.

 

Nova identidade

Para a pernambucana Maria Januária, 45 anos, um dos momentos mais especiais de sua vida foi assinar o seu nome. “Minha infância foi na roça, a minha mãe me criou com meus irmãos sozinha. Tivemos que trabalhar cedo e nunca fui à escola. Hoje, já escrevo o meu nome e não preciso mais usar a minha digital. Quando eu renovei o RG e assinei o meu nome, comecei a chorar de felicidade. Estudar mudou tudo para mim, se eu soubesse que aqui era tão bom, teria vindo pra cá há muito tempo.” 

 

 

        

  Fonte: Secretaria de Comunicação

 

 

 

 

 

  

 

 

NEWSLETTER

Cadastre seu e-mail para acompanhar as novidades.

Seu e-mail foi cadastrado com sucesso.